A trama nos leva à pequena cidade de Arroio dos Perdidos, incrustada aos pés da serra e ao redor de um lago de águas escuras, habitada por gente comum, capaz das bondades mais corriqueiras e das vilanias mais ordinárias. Contantinos, Proenças e Rosa-Mourões dividem o poder e o dinheiro sujo da cidade como piratas partilhando a pilha.
Na noite anterior ao aniversário da cidade, o homem de confiança das Três Famílias tem a grande ideia: roubar a cruz de ouro da igreja, símbolo do renascimento da cidade, reconstruída das cinzas, décadas antes.
Aos poucos, sua pequena troça se revela o estopim de desastres sem fim. De uma hora para outra, os velhos segredos de morte e pecados sem perdão escondidos nos porões da cidade começam a escapar por entre as malhas finas da realidade. Pequenas traições tornam-se conspirações avassaladoras, destruidoras, mortais. Fogem do controle, consumindo o Arroio num crescente de loucura e perdição. Alguma ligação sobrenatural com o roubo da cruz? Fantasmas do passado cobrando dívidas impagáveis?