"Cultura estética e liberdade" reúne o essencial da correspondência entre Schiller e o Príncipe de Augustenburg no período de fevereiro a dezembro 1793. Ela antecipa o conteúdo de "Sobre a educação estética do homem numa série de cartas", considerado o texto mais importante de Schiller sobre filosofia e estética. A partir do princípio kantiano de que o belo não pode formar moralmente os homens ou predispô-los para a virtude, já que a conduta moral é uma escolha unicamente racional, Schiller desenvolve aqui a teoria de que o belo conforma os homens à sociabilidade. O gosto é, portanto, a faculdade no homem capaz de unificar sensibilidade e entendimento puro, que em seus extremos são avessos ao convívio social e à comunicabilidade entre os homens. Assim, apesar de ineficaz para tirar o homem do estado em que predominam as paixões sensíveis e elevá-lo à moralidade, o desenvolvimento do belo se mostra como a via capaz de propiciar harmonia ao mesmo tempo no individuo e na sociedade.