"Caetano Veloso faz a canção pensar e o pensamento cantar", escreve o filósofo Pedro Duarte no ensaio de sua autoria que compõe o livro Objeto não identificado: Caetano Veloso 80 anos, organizado por ele. É justamente por ser esse "superastro" que canta, escreve livros, filosofa e compõe músicas que estão no imaginário do país desde que surgiu na cena artística, na década de 1960, que Caetano é objeto desses e de tantos outros estudos sobre a sua obra. Mas não é só isso. Como Pedro Duarte aponta na apresentação do livro, "Caetano permanece o mesmo em mutação", ou seja, uma fonte inesgotável de deleite e um prato transbordante para a crítica.
A edição traz ainda depoimentos especiais de quatro pessoas decisivas na trajetória do. artista: o grande amigo Gilberto Gil, o parceiro Jorge Mautner, o filho Moreno Veloso e a irmã Maria Bethânia - o que confere ao livro, ainda, o sentido de uma homenagem nesses 80 anos de vida.
Para o organizador, os textos reunidos mostram a amplitude e a força das canções de Caetano ao longo do tempo, escapando a todas as fórmulas prontas, combinando prazer e reflexão. "Os 80 anos não fazem de Caetano só passado tradicional, mas um presente inquietante e uma interrogação futura: sobre si, nós, o Brasil e mesmo o mundo. Meu coco é a prova."